Precisamos de heróis Senhor. Precisamos de heróis. Heróis que deem esperança, orgulho e vontade de lutar. Heróis que deem exemplos aos nossos soldados. E contaremos histórias desses heróis. Histórias de coragem, de amor à pátria. Histórias magnificas, que exaltam o sacrifício, a bravura. Histórias que façam nosso exército acreditar na vitória. E você conhece algum herói soldado? Sim Senhor. Conheço. Eu conheço um herói!
E assim tem início a história de Vassili Grigoryevich Zaitsev.
Um homem que passava a representar a valentia e a esperança dos soviéticos nos terríveis dias da segunda guerra mundial, durante a invasão nazista.
Vassili foi um franco atirador soviético que atuou na batalha de Stalingrado de setembro de 1942 a fevereiro de 1943.
O trabalho de comunicação do exército soviético, era trazer esperança para a luta contra um inimigo que possuía uma combinação de habilidades táticas, inovações tecnológicas, coordenação eficiente entre forças terrestres e aéreas, e uma força de tanques superiores ao exército soviético.
Mesmo não sendo o maior dos atiradores soviéticos na segunda guerra mundial, a vasta exposição midiática fez de Vassili Zaitsev, o mais conhecido nome de tiro de precisão na União Soviética.
E trouxe a esperança e fé de que uma vitória seria possível, contra um inimigo tão poderoso.
O exército soviético reconheceu o potencial de usar histórias de heróis individuais, para aumentar o moral e inspirar a resistência. Zaitsev se tornou um símbolo de bravura e habilidade, um exemplo de como um indivíduo poderia fazer a diferença em meio às condições adversas da guerra.
Em fevereiro de 1943 a resistência soviética levou à rendição do 6º. exército alemão, e representou a primeira derrota significativa dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Essa rendição marcou o início da contraofensiva soviética que posteriormente levaria à derrota da Alemanha nazista.
Essa história pode ser conferida no excelente filme Círculo de fogo – 2000.
Fevereiro de 2022.
A Rússia considerada a segunda maior potência militar do mundo, invade a fraca Ucrânia que é tida como a 15ª. força militar mundial, e um dos países mais pobres da Europa.
Essa é a segunda tentativa russa. Eles haviam invadido a Ucrânia em 2014, e após diversos acordos a Ucrânia cedeu todo o seu arsenal atomico e parte de seu território para a Rússia em troca de garantia contra novas violações de seus limites.
Os acordos não foram suficientes. A nova investida russa rasga todos os acordos prévios e tem como objetivo dominar a Ucrania em 3 dias.
O governo ucraniano pede ajuda ao mundo, mas essa ajuda não vem. Nenhum dos países do ocidente quer se envolver contra um inimigo tão poderoso como a Rússia. Os Ucranianos teriam de resistir sozinhos.
Nos primeiros dias, a Rússia avança chegando muito próximo a capital ucraniana – Kiev. Os Russos destroem a comunicação ucraniana, impingem sérios danos à sua força aérea, e temendo o pior, os próprios ucranianos afundam sua insipiente frota naval.
A queda de Kiev é iminente.
Em poucos dias, surge um boato: Um piloto ucraniano estaria dando trabalho para a força aérea russa.
É o “Fantasma de kiev”. Dia após dia surgem histórias que esse herói ucraniano a bordo de um antigo MIG-29 tem derrubado os modernos caças su-34 e su-35 russos.
Algumas fontes chegam a relatar que o Fantasma de Kiev derrubou um total de 40 aeronaves russas.
Posteriormente a própria força aérea ucraniana desmente a informação e diz que os feitos propagandeados podem ser de toda uma divisão aérea. Mas não importa. À essa altura, o moral dos Ucranianos já está elevado, e eles começam a acreditar que conseguirão resistir.
Como eles não tem armamentos, escolhem atacar apenas os caminhões de combustível, paralisando a longa marcha russa. O tempo passa, as histórias de sucesso do Fantasma de Kiev continuam a proliferar, e a população cada vez mais acredita que conseguirão se livrar da opressão russa.
O ocidente também passa a acreditar na possibilidade de resistência Ucraniana. Depois de 3 meses de brava resistência, a Ucrânia começa a receber as primeiras ajudas do ocidente.
Um ano depois da invasão, a Ucrânia recupera parte do território perdido. A fraca ucrânia consegue manter 80% de seu território contra a poderosa Rússia.
Quase dois anos depois, milhares de mortes civis, cidades destruídas e inúmeros desafios, uma pesquisa na Ucrania informa que 82% de sua população acredita numa vitória ucraniana em que os russos cessarão a agressão. E 65% acreditam em uma vitória total, em que irão conseguir subjugar os russos e recuperar totalmente o território invadido, inclusive os que foram tomados em 2014.
A Ucrânia redobra as esperanças, seu exército mostra a sua força, e dia após dia, vai resistindo como pode.
E toda força de resistência começou com uma história.
Histórias, verdadeiras ou não, são ferramentas poderosas, e as narrativas de heróis como Vassili Zaitsev e o Fantasma de Kiev ilustram como elas podem trazer esperança para uma nação e impactar o curso da história.
Se narrativas de bravura conseguem moldar a resistência de países inteiros em momentos desesperadores, imagine o poder de boas histórias para moldar a percepção do consumidor em relação à sua marca, diferenciar o seu produto no mercado ou para alavancar o seu negócio.
E você? Tem contado boas histórias?